“É ser um espaço de entretenimento, sobretudo um espaço de fomento do desporto”
Rui Águas fala da sua instituição nestes 12 anos de existência enquanto mentor da mesma e da sua contínua ligação ao desporto
Notícias de Fornos de Algodres – Como e quando é que descobriu o gosto pelo futebol?
Rui Águas – Descobri a minha paixão pelo futebol desde muito cedo, talvez pela influência do meu pai por ter sido atleta e ter nascido num ambiente desportivo.
NFA – Que motivos o levaram a fundar a E.R.A. em 1995?
RA – O gosto pelo desporto, pelo futebol, pelo jovem mais especificamente, pelo facto de ter deixado a minha carreira na altura e querer continuar ligado à actividade.
NFA – Qual é o objectivo da escola?
RA – É ser um espaço de entretenimento, sobretudo um espaço de fomento do desporto, de boas maneiras, hábitos, etc.
NFA – Quantos alunos há na escola neste momento?
RA – Em termos regulares, ou seja, à excepção de actividades de férias, temos cerca de 250 alunos.
NFA – Quantas crianças e jovens participaram no campo de férias?
RA – Neste segundo campo de férias foram cerca de 40.
NFA – Porquê a escolha de Fornos de Algodres?
RA – Por um lado eu sempre quis sair dos grandes centros e por outro tivemos a felicidade de ter amigos aqui em Fornos de Algodres que nos aconselharam a localidade. Viemos, estudámos o local, achámos que tinha condições e decidimos ficar.
NFA – Acha que este tipo de iniciativas ajuda a fomentar a camaradagem entre eles?
RA – Não há dúvidas disso. Há miúdos que saem dos pais pela primeira vez, fazem um campo de férias pela primeira vez connosco. E sendo uma actividade de internato, fazem-se novas amizades e outras renovam-se ano após ano.
NFA – Que conselhos tem a dar a estes desportistas?
RA – Nada de muito especial. Quero dizer-lhes apenas que façam muito desporto seja ele qual for e que estudem! (risos)
NFA – Como é que se sente ao saber que fundou uma instituição que ajuda a criar o gosto do desporto nas crianças e jovens?
RA – Agrada-me. E é por isso que mantenho este projecto que já soma doze anos de existência, tornando-se assim na escola mais antiga em funcionamento em Portugal. E o simples facto de saber que estou a contribuir de alguma maneira para os jovens e para a sua formação anima-me.
NFA – Que balanço faz 12 anos depois da abertura da escola?
RA – Um balanço positivo. As pessoas têm elogiado a qualidade do nosso trabalho e nós temos melhorado como qualquer organização ao longo dos anos. Embora em Portugal não haja muito apoio a iniciativas privadas, nós temos feito o possível para manter o nível com que começámos e melhorá-lo sempre que possível.
NFA – No próximo ano pensam voltar?
RA – Claro que sim. Na minha opinião as coisas têm corrido bem e tem sido também uma forma de divulgar a terra, isto porque vem muita gente que não conhece e até os próprios miúdos. É positivo para nós porque o local é bom e as pessoas também. Os próprios habitantes têm ajudado e apoiado uma vez que se trata de uma actividade que necessita de interacção. De qualquer maneira penso que podemos melhorar a parceria e divulgar um pouco mais a iniciativa.
PERFIL- Rui Águas
José Rui Lopes Águas tem 48 anos, nasceu em Lisboa e foi jogador de futebol profissional entre 1983 e 1995. Fez o 2º ano no Instituto Superior de Educação Física em Lisboa e realizou cursos de treinador que lhe deram o 4º nível (nível máximo) da Federação Portuguesa de Futebol com equivalência europeia.
É do clube da Luz e aprova Quique Flores como o novo treinador benfiquista. Gosta de desporto, ir ao cinema e Cristiano Ronaldo é o seu jogador preferido. Já passou por clubes como o Sporting, Sesimbra, Portimonense, Atlético, Benfica, Porto, Estrela da Amadora e Regianna (Itália).
Arrecadou quatro Campeonatos Nacionais, três Taças de Portugal e uma Bola de Prata. Realizou 31 internacionalizações pela selecção principal nas quais marcou dez golos e participou ainda no Campeonato do Mundo no México em 1986.
Estreou-se pela primeira vez na selecção principal a 3 de Abril de 1985 e despediu-se da mesma a 17 de Novembro de 1993.
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