quinta-feira, 31 de julho de 2008

Entrevista a Rui Águas, ex-jogador profissional e fundador da E.R.A





“É ser um espaço de entretenimento, sobretudo um espaço de fomento do desporto”

Rui Águas fala da sua instituição nestes 12 anos de existência enquanto mentor da mesma e da sua contínua ligação ao desporto


Notícias de Fornos de Algodres – Como e quando é que descobriu o gosto pelo futebol?
Rui Águas – Descobri a minha paixão pelo futebol desde muito cedo, talvez pela influência do meu pai por ter sido atleta e ter nascido num ambiente desportivo.

NFA – Que motivos o levaram a fundar a E.R.A. em 1995?
RA – O gosto pelo desporto, pelo futebol, pelo jovem mais especificamente, pelo facto de ter deixado a minha carreira na altura e querer continuar ligado à actividade.

NFA – Qual é o objectivo da escola?
RA – É ser um espaço de entretenimento, sobretudo um espaço de fomento do desporto, de boas maneiras, hábitos, etc.

NFA – Quantos alunos há na escola neste momento?
RA – Em termos regulares, ou seja, à excepção de actividades de férias, temos cerca de 250 alunos.

NFA – Quantas crianças e jovens participaram no campo de férias?
RA – Neste segundo campo de férias foram cerca de 40.

NFA – Porquê a escolha de Fornos de Algodres?
RA – Por um lado eu sempre quis sair dos grandes centros e por outro tivemos a felicidade de ter amigos aqui em Fornos de Algodres que nos aconselharam a localidade. Viemos, estudámos o local, achámos que tinha condições e decidimos ficar.

NFA – Acha que este tipo de iniciativas ajuda a fomentar a camaradagem entre eles?
RA – Não há dúvidas disso. Há miúdos que saem dos pais pela primeira vez, fazem um campo de férias pela primeira vez connosco. E sendo uma actividade de internato, fazem-se novas amizades e outras renovam-se ano após ano.

NFA – Que conselhos tem a dar a estes desportistas?
RA – Nada de muito especial. Quero dizer-lhes apenas que façam muito desporto seja ele qual for e que estudem! (risos)

NFA – Como é que se sente ao saber que fundou uma instituição que ajuda a criar o gosto do desporto nas crianças e jovens?
RA – Agrada-me. E é por isso que mantenho este projecto que já soma doze anos de existência, tornando-se assim na escola mais antiga em funcionamento em Portugal. E o simples facto de saber que estou a contribuir de alguma maneira para os jovens e para a sua formação anima-me.

NFA – Que balanço faz 12 anos depois da abertura da escola?
RA – Um balanço positivo. As pessoas têm elogiado a qualidade do nosso trabalho e nós temos melhorado como qualquer organização ao longo dos anos. Embora em Portugal não haja muito apoio a iniciativas privadas, nós temos feito o possível para manter o nível com que começámos e melhorá-lo sempre que possível.

NFA – No próximo ano pensam voltar?
RA – Claro que sim. Na minha opinião as coisas têm corrido bem e tem sido também uma forma de divulgar a terra, isto porque vem muita gente que não conhece e até os próprios miúdos. É positivo para nós porque o local é bom e as pessoas também. Os próprios habitantes têm ajudado e apoiado uma vez que se trata de uma actividade que necessita de interacção. De qualquer maneira penso que podemos melhorar a parceria e divulgar um pouco mais a iniciativa.



PERFIL- Rui Águas
José Rui Lopes Águas tem 48 anos, nasceu em Lisboa e foi jogador de futebol profissional entre 1983 e 1995. Fez o 2º ano no Instituto Superior de Educação Física em Lisboa e realizou cursos de treinador que lhe deram o 4º nível (nível máximo) da Federação Portuguesa de Futebol com equivalência europeia.
É do clube da Luz e aprova Quique Flores como o novo treinador benfiquista. Gosta de desporto, ir ao cinema e Cristiano Ronaldo é o seu jogador preferido. Já passou por clubes como o Sporting, Sesimbra, Portimonense, Atlético, Benfica, Porto, Estrela da Amadora e Regianna (Itália).
Arrecadou quatro Campeonatos Nacionais, três Taças de Portugal e uma Bola de Prata. Realizou 31 internacionalizações pela selecção principal nas quais marcou dez golos e participou ainda no Campeonato do Mundo no México em 1986.
Estreou-se pela primeira vez na selecção principal a 3 de Abril de 1985 e despediu-se da mesma a 17 de Novembro de 1993.

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